Às vezes, crescer exige soltar – não acumular.
Mentalidade
“A maior parte das pessoas fracassa não por falta de talento, mas por apego ao que já deveria ter sido deixado para trás.” — Carl Jung (adaptado)
A busca pelo “próximo nível” na vida pessoal ou profissional costuma começar com uma lista de metas. Mas o que quase ninguém faz — e que separa os que avançam dos que apenas desejam — é listar o que precisa ser abandonado. Abandonar crenças, relacionamentos, rotinas, zonas de conforto. Em um mundo que exalta o acúmulo — de conhecimento, conexões, experiências — poucos percebem que renunciar é um poder ainda maior.
O livro Essencialismo, de Greg McKeown, reforça essa ideia: "Se você não priorizar sua vida, alguém mais o fará." E, para priorizar, é preciso cortar. Mudar não é sobre adicionar, é sobre filtrar. E isso exige coragem.
Ação
Aqui vai um roteiro prático para quem quer sair do estado de inércia e começar a liberar espaço interno (e externo) para o que realmente importa:
1. Identifique os excessos invisíveis
Pense em tudo o que você carrega emocionalmente: projetos que não avançam, pessoas que não somam, hábitos que drenam energia. Faça uma lista brutalmente honesta.
2. Dê nome às crenças que te travam
“Não sou bom o suficiente”, “Já estou velho pra isso”, “Preciso de mais um curso antes” — essas frases são muros invisíveis. São heranças emocionais. Muitas vezes, não são suas. São do ambiente que você absorveu.
3. Pratique o desapego intencional
Comece pequeno: diga não a algo que você aceitaria por conveniência. Elimine uma tarefa que mantém por culpa. Teste abandonar.
4. Troque o conforto pelo movimento
Todo crescimento gera desconforto. A zona de conforto tem nome bonito, mas efeito paralisante. O desconforto bem administrado é o sinal de que você está em trânsito.
Prova
Veja o exemplo de Reed Hastings, fundador da Netflix. Antes do sucesso global, ele abandonou a estrutura tradicional de locadoras e arriscou um modelo baseado em assinatura digital — algo considerado loucura nos anos 2000. Abandonou um mercado inteiro para criar outro. E isso custou tempo, confiança e críticas.
Outro caso é Michelle Obama, que, ao deixar o cargo de executiva para focar em causas públicas e pessoais, rompeu com expectativas externas para se aproximar de sua verdade. Ela escreve em Minha História:
“O progresso exige uma vontade contínua de se reinventar.”
Abandonar não é perder — é escolher.
