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Amor Não É Sentir — É Sustentar


O que a geração do instantâneo ainda não entendeu sobre amar de verdade.


Vivemos tempos em que sentimentos vêm rápido — e somem mais rápido ainda.

Diz-se “te amo” com facilidade, mas desiste-se do outro na primeira discordância.
Relacionamentos terminam não por falta de amor, mas por falta de maturidade para sustentá-lo.

Amor não é só aquilo que você sente quando está leve.
Amor é aquilo que você escolhe continuar sentindo mesmo quando pesa.

Amar, de verdade, não é a capacidade de se apaixonar.
É a coragem de permanecer, cuidar, reconstruir e, às vezes, suportar — quando todo o resto nos ensinou a fugir.


A cultura do agora, do fácil, do instantâneo — moldada por redes sociais, gratificação imediata e baixa tolerância ao incômodo — contaminou a forma como muitas pessoas enxergam o amor.

Confundem intensidade com conexão.
Confundem química com compatibilidade.
Confundem amor com dopamina.

Como diz o psicólogo Stephen Mitchell:
“O amor começa onde termina a fantasia.”

E quando ela termina, muitos acham que o amor acabou.
Mas o que acabou foi só o encantamento — e ali poderia começar o amor real.

O amor que sustenta é feito de escolhas.
E de disposição para não desistir de alguém só porque, naquele dia, ficou mais difícil gostar dele.

Pensamentos

1. Amor é decisão diária, não evento ocasional

Em A Arte de Amar, Erich Fromm afirma:

“Amar é uma decisão, um julgamento, uma promessa.”
Não é apenas um estado emocional que vem e vai com a maré da vida.

O amor real exige esforço.
Diálogo, vulnerabilidade, gestão das diferenças e, acima de tudo, presença consistente.

2. Amar exige autoconhecimento

Quem não se conhece, cobra do outro o que falta em si.
Bell Hooks escreve que o amor verdadeiro começa quando deixamos de tentar preencher vazios com pessoas.

Relacionamentos saudáveis não nascem da dependência.
Nascem de dois inteiros que escolhem compartilhar — não se salvar.

3. Amor também é sobre limites — não só entrega

Sustentar o amor também envolve saber quando dizer "não", quando pedir espaço, quando preservar a própria saúde emocional.

Amor que apaga o eu não sustenta o nós.
Amor maduro sabe equilibrar vínculo e identidade.

O amor que sustenta não é o mais bonito nas fotos, nem o mais comentado nas redes.

É o que sobrevive aos silêncios, aos desencontros, à rotina, à bagunça dos dias normais.

É o que não desiste só porque a fase mudou.

Amar é fácil no começo. Difícil é continuar escolhendo.
E essa escolha exige responsabilidade emocional — não romantização.

Porque amor real não acontece.
Amor real se constrói.

Conclusão

A pergunta não é “quem você ama”.
É: “quem você está disposto a sustentar, mesmo quando amar for trabalho?”

E mais ainda:
Você se ama o suficiente para não exigir do outro aquilo que só você pode se dar?