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| Foto: Reprodução. |
Um discurso como esse não só perpetua estereótipos racistas, como também busca atribuir a responsabilidade por um problema social a um grupo específico de pessoas, em vez de buscar soluções efetivas para combatê-lo. É importante ressaltar que o trabalho escravo é um crime grave e que não pode ser tolerado em nenhuma circunstância.
Devemos lutar para que todas as pessoas sejam tratadas com igualdade e respeito, independentemente de sua origem, raça ou etnia. O discurso de ódio e a discriminação não têm lugar em nossa sociedade e precisam ser combatidos de forma enérgica. É fundamental que as autoridades e a sociedade como um todo se posicionem contra atitudes e declarações racistas e trabalhem juntas para construir uma sociedade mais justa e igualitária para todos.
ENTENDA O CASO
O vereador Sandro Fantinel (Patriota) de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, questionou, em sessão nesta terça-feira (28), as condições de trabalho escravo em que foram encontrados 207 trabalhadores em vinícolas na Serra Gaúcha, na sexta (24). A polícia confirmou que a maioria deles veio de cidades da Bahia.
Na fala, Sandro Fantinel culpa os empregados pelas condições em que foram encontrados. "Um agricultor me ligou e pediu para eu ver um alojamento onde ficam os trabalhadores temporários e não dava para entrar do fedor de urina, da imundície que eles deixaram em uma semana. E a culpa é de quem? O patrão vai ter que pagar o empregado para fazer limpeza para os bonitos? Temos que botar eles em um hotel cinco estrelas para não termos problema com o Ministério do Trabalho?", questionou, antes de citar os baianos.
Em seguida, se dirigindo às empresas agrícolas e aos agricultores do Rio Grande do Sul, ele diz: "Não contratem mais aquela gente lá de cima. Contratem argentinos. São limpos, trabalhadores, corretos e quando vão embora ainda agradecem pelo trabalho".
Em sessão gravada, o vereador continua: "Nunca tivemos problema com um grupo de argentinos. Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. E que isso sirva de lição. Que vocês deixem de lado esse povo que está acostumado com Carnaval e festa", continua.
Por fim, Fantinel questiona a condição de escravidão que foi denunciada, mencionando que alguns dos trabalhadores que estavam no local não queriam deixar o lugar.
Boletim de ocorrência- Horas depois da sessão, o deputado estadual do RS Leonardo Radde (PT) publicou nas redes sociais que registrou um novo boletim de ocorrência contra a fala do vereador. "O Rio Grande do Sul e o Brasil não são lugares para racistas, escravocratas!", disse. (Fonte: Correio 24 Horas)
Assista o vídeo publicado pelo Portal Metrópoles:
