Você cumpre horários, entrega tarefas, responde e-mails. Mas por dentro, já foi embora.
A "demissão silenciosa" é um fenômeno real, crescente — e perigoso. Não porque o profissional deixa o emprego formalmente, mas porque ele desliga emocionalmente, perde o brilho, e continua apenas por obrigação.
É quando o corpo está presente, mas a alma pediu para sair faz tempo.
A ideia de "demissão silenciosa" ganhou força nos últimos anos, principalmente após a pandemia. Com a reorganização do trabalho, muitas pessoas passaram a questionar suas rotinas, ambientes e sentidos. E, ao não encontrarem espaço para mudança ou escuta, decidiram ficar — mas sem se envolver.
Esse tipo de "desligamento interno" não é preguiça nem má vontade. É um mecanismo de proteção emocional.
A demissão silenciosa acontece quando:
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A pessoa sente que não é valorizada.
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O excesso de tarefas ultrapassa o limite saudável.
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O ambiente é tóxico ou indiferente.
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Os objetivos da empresa não conversam mais com os valores do profissional.
Ela não começa com gritos ou conflitos. Começa com silêncios, adiamentos, apatia e cinismo.
1. O que dizem os números:
Segundo uma pesquisa da Gallup, mais de 50% dos profissionais no mundo estão “desengajados” no trabalho, e cerca de 18% estão ativamente desmotivados. Ou seja, a maioria está apenas “cumprindo tabela”.
2. Comportamentos comuns na demissão silenciosa:
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Entregar só o mínimo, sem iniciativa.
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Evitar envolvimento em projetos extras.
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Falta de interesse por crescimento ou promoção.
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Cumprir horário à risca — e mentalmente sair antes.
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Comunicação neutra, mecânica e sem energia.
3. Exemplos reais (e comuns):
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A analista que adorava liderar reuniões, mas hoje só assiste calada.
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O coordenador que parou de dar feedbacks porque ninguém escuta.
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O profissional criativo que só replica o que mandam — por falta de reconhecimento.
Essas pessoas não estão erradas. Estão exaustas.
A demissão silenciosa é o grito abafado de quem não foi ouvido a tempo.
Às vezes, a solução está em uma conversa. Outras vezes, em um novo caminho.
Mas fingir que está tudo bem só prolonga o adoecimento.
