A 16º Festa da Banana, que seria realizado em Teolândia, cidade mais ao sul da Bahia, foi cancelada duas vezes - uma pela Justiça da Bahia e outra pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O evento aconteceria de 4 a 13 de junho e os custos ao município estimam-se em R$ 2 milhões.
A polêmica sobre o cancelamento do festival surgiu porque Teolândia foi uma das cidades atingidas pelas fortes chuvas que atingiram o estado no final de 2021. O município está em estado de emergência desde 26 de dezembro e recebeu R$ 2,3 milhões do governo federal - valor próximo ao custo do evento.
Este ano, a festa tradicional receberia 28 artistas, entre eles o cantor Gusttavo Lima (Embaixador).
O cancelamento da festa foi solicitado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). Em documento enviado ao STF, o órgão afirmou que ""não é possível que o mesmo município, que informou necessitar de ajuda e recursos para salvaguardar a sua população de catástrofe natural, mesmo vivenciando um estado de calamidade televisionado para o Brasil inteiro, anuncie, em poucos meses, a contratação de artistas com cachês incompatíveis com as dimensões, arrecadações, necessidades de primeira monta e saúde financeira do município”. Neste mesmo documento, o órgão citou os cachês de algumas das 28 atrações:
Gusttavo Lima: R$ 704 mil;
Unha Pintada: R$ 170 mil;
Adelmário Coelho: R$ 120 mil;
Marcynho Sensação: R$ 110 mil;
Kevy Jonny e Banda: R$ 100 mil.
O primeiro cancelamento da festa foi determinado pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), na sexta-feira (3), antes da marcação do início da festa. Neste mesmo dia, moradores da cidade fizeram um protesto na BR-101, contra a suspensão do evento.
A prefeitura recorreu da decisão da Justiça. e a retomada da festa foi autorizada por um juiz plantonista no sábado (4), quando foi realizado o primeiro dia da Festa da Banana.
A decisão veio de Brasília- O cancelamento do evento ocorreu pelo fato do Ministério Público recorrer novamente junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Nesta nova decisão, assinada pelo ministro Humberto Martins, o STJ afirma que o gasto de altos valores para um município de apenas 20 mil habitantes e em situação de emergência declarada justifica a providência tomada inicialmente de suspender a realização do evento.
Portanto, coube a prefeita Maria Baitinga, conhecida como Rosa, acatar a decisão judicial, e usando do seu discurso, lamentar do episódio e do desfecho da tão sonhada realização do evento e por consequência o adiamento do show milionário do "Embaixador".
Embaixador- a categoria hierarquicamente mais importante de representante diplomático de um Estado junto a outro.
