Um soldado romano chicoteia Jesus, ao mesmo tempo em que acaricia seus genitais. O quadro, que representa a cena da crucificação, faz parte da exposição “Religão, Carne e Poder”, retrospectiva da obra do pintor austríaco Alfred Hrdlicka, que acontece no Museu da Catedral de Viena.
Não sem razão, católicos de todo o mundo estão indignados com Bernhard Boehlerm, diretor do Museu. Este, por sua vez, diz que não vê nada demais no quadro e que Hrdlicka “tem o direito de mostrar os personagens bíblicos de forma drástica”.
A exposição vem recebendo duras críticas de blogs de religiosos não só da Áustria, mas também da Alemanha e Estados Unidos. Eles consideram os quadros de Hrdlicka “blasfemos e sacrílegos”.
Para diminuir a ira dos críticos, Bernhard Boehlerm retirou apressadamente da retrospectiva o quadro “A Última Ceia de Leonardo”, uma orgia homossexual dos apóstolos de Jesus, que Hrdlicka dedica ao cineasta Pier Paolo Pasolini.
Comunista e ateu, Hrdlicka, 80 anos, diz, com boa dose de ironia, que a Bíblia é o livro mais emocionante que nunca leu e que o imaginário religioso é uma parte central de seu trabalho.
